30.4.09
Strings
26.4.09
Short Piano Piece
25.4.09
Armário
Perdi as minhas lágrimas algures. Há muito tempo que não vejo uma. Devem estar guardadas numa gaveta. Tenho um armário muito grande. Não se percebe bem. As melhores gavetas são as que não estão pintadas: são as mais simples e bonitas. Também são as mais largas e fundas. Deve ser numa delas que as lágrimas estão guardadas.
Gosto muito deste armário. Às vezes consigo detestá-lo, mas não ultimamente. É enorme e velho. Parece ter centenas de anos. Mas fui eu que o fiz. Levo-o para todo o lado. É de todas as cores e de nenhuma. Guardo lá tudo. Está cheio, mas quase todos os dias encontro novas gavetas.
Agrada-me o facto de o meu armário ser grande e estar cheio. Gosto de ter copos grandes para encher. É difícil, mas muito mais recompensador. Tenho pena daqueles que têm um armário pequeno. Não têm espaço para nada.
Filipe Dumas, 28 de Março de 2009
Textinho simples, curto, mas com grande significado. encontre-o agora. Tinha-me esquecido dele.
Ah, encontrei algumas das lágrimas.
23.4.09
Esqueleto Da Verdade
22.4.09
Placebo: Novos Singles
Dor
21.4.09
Efémero
20.4.09
London After Midnight
19.4.09
17.4.09
Lembro-me das névoas confusas
11.4.09
9.4.09
Sobre ontem...
7.4.09
O Meu Novo Bebé!
5.4.09
Janela
Vejo-os andar insignificantes e emprestados uns dos outros. Observam estátuas de metal. Observam algo que pensam compreender, algo que tem um significado tão vazio como o resto das suas vidas. Não se sintam enganados, sou só mais uma estátua de metal. Sou igual a todos os outros. Uma peça da orquestra biológica que toca uma sinfonia muda.
Deuses impossíveis. Perfeições falsas. Um rosto para o qual olham em desespero, um rosto para explicar o nada assombrante. Tempos desvanecidos eternizados. É triste e cómico. Sadicamente cómico.
Tentam ser como esse rosto. Tentam algo ridículo. Algo estandardizado, algo ingénuo. Algo cego e apetecível. Algo conveniente. Mas foi sempre assim, não é? O humano é fraco por Natureza.
Olhei pela janela e vi estes pequeninos seres, a meia centena de metros, a idolatrar umas estátuas de metal. Será que as acham realmente bonitas ou é só porque se diz que é uma obra de arte? Cá para mim é o segundo. As estátuas estão vazias por dentro. São ocas, como os seus admiradores.
Mas… não deixam de ter um certo encanto, não é? Uh, mistério. É no sentimento que reside a razão escondida.
Orquestra? Hmm... Prefiro duetos.