28.2.09

25.2.09

Blue Passion






Eu seeei, má qualidade. Foto com telelé + inexperiência.

23.2.09

Parabéns à Vida


Agradeço-lhe por me conceder este paraíso. É tão preciosa que nem nos apercebemos.

17.2.09

Quentinho, não?



"Set a candle for the sinners,
Set the world on fire"


Marilyn Manson

1996, Antichrist Superstar




Muahaha! Não é óptimo?

Descanso

15.2.09

Memória de Eqcards

Um sorrisinho malévolo, mas ao mesmo tempo apaixonado, rastejou intrepidamente até se alojar na minha boca - entretanto troçando -, enquanto relia esta preciosidade vinda dos tempos longínquos de 2005, 2006 e 2007.
Primeiro, o site está uma autêntica m... criancice. Construí-o no final de 2006, com 14, e a minha escrita não era tão... erudita.
Segundo, o mesmo para o texto, que até é mais antigo do que isso.
Terceiro, fui continuando o texto Eqcards por alguns meses, do final de Janeiro de 2007 até ao início de Junho do mesmo ano. Ao todo, cerca de oitenta páginas.
Outros tempos, outras paixões, quase outra pessoa.

13.2.09

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Eremita: Oásis

Sendo este o terceiro capítulo, para quem não leu os dois primeiros, deixei as respectivas imagens para quem quiser ir lá ter.



Eremita



Refúgio



Oásis


   Longe do ar abafado pela respiração das engenhocas do humano, escondido entre serras de um cinzento esverdeado, enfeitadas de um nevoeiro poderoso, uma planície viva, que descia nascida de uma colina arrebitada e triste, estendia-se longa e acolhedora. Não havia árvores que manchassem aquela liberdade verde clara, assim sem relevo. Apesar das brumas, que se amuralhavam em volta das colinas, o sol gemia um brilho fraco, mas insistente, recôndito por detrás das nuvens.
   Contra a pele sentia uma brisa leviana. Respirava o ar fresco da Primavera. Hoje, o verde iluminava o seu dia. Uma lufada de ar quente, quase molhado de tão húmido, encostou-se-lhe ao ouvido. Olhou para o pujante amigo. Um cavalo ruço, brandindo um cinzento quase branco, escurecendo em direcção aos membros posteriores e anteriores. As crinas penduravam-se de um cinza mais escuro, a cauda assemelhava-se a um estandarte de um dourado natural. Era nele que se embrulhava feliz. Era nele que florescia. A liberdade impunha-se, quase sólida, sobre o seu coração.
   O calor que vinha dele resplandecia numa escuridão vazia. Trovejava como um dia limpo e solitário no Inverno. Desenhava-lhe as formas concisas do rosto mais sorridentes.
   Montou-o, sentindo a paz tocar-lhe nas áreas que com a cavalgadura contactavam. Respirou. Respiraram. Em uníssono, unidos. Despidos de qualquer barreira entre eles e a liberdade. Com palavras silenciosas, pediu-lhe o galope. Atravessaram o prado livre, eterno, vazio e completo. Na maior solidão, na melhor solidão, na melhor companhia. Todo o resto do mundo se extinguia na essência daquela emoção.

 

Filipe Dumas, 10 a 13 de Fevereiro de 2009



10.2.09

The Trap

The pretty boxes out there are calling us,

Their colours and lights want to eat us

And we’re flying like stupid culicidaes

Like if there were no other ways.

 

We cut off our hands and they can reach us,

They know how to take our brains from us

And we suicide like horny spiders.

Who’s the martyr here anyway?


9.2.09

A Árvore Do Amor



Os ramos escondem segredos.

Os segredos não são segredos.

Os segredos são árvores, florestas inteiras.

A Paisagem Da Vida

Na tempestade apaixonada, nos campos da liberdade, nos céus do amor. Aprendi a voar.




(Sem regras. Não houve lápis.)

8.2.09

Infância


Perdida já no horizonte passado,

Alagada de longas esperas vividas,

Esquecida pelas mudanças do fado,

Marcada pelas paixões nela nascidas,

Sedenta do amor que a deixou de lado,

Lar daquelas emoções há muito idas.

 

Do sorriso vazio ao sorriso apaixonado

Degrau a degrau ganhei o toque de Midas,

Subindo em direcção ao reino dourado

Da felicidade e das heresias permitidas.

Assim construí a base dum soldado

Apaixonado pelas mais perfeitas vidas.

 

Filipe Dumas, 2 a 8 de Fevereiro de 2009

Aí está um bónus, o quadro O Nascimento.

7.2.09

O Que É Original?

   Original não é uma palavra original. Original é um conceito relativo, já que nada material é, realmente, original. O preconceito da originalidade diz-nos que esta palavra significa algo novo, inovador, que não teve quaisquer outros antecedentes. E assim, quando fazemos algo fora do comum, ideia nossa apenas, nova, dizemos que é original.
   A palavra deriva de “origem”. Origem é, básica e simplesmente, o ponto de começo, o local de onde algo vem. Dizemos que um quadro é original de Picasso quando este é feito pelo mesmo, não uma cópia. Uma cópia não é original.
   Mas, como já disse, nada é realmente original. Quando passamos uma ideia “original” para o papel, não a transpomos exactamente como a pensámos. Ao mínimo pormenor mudado, inconsciente e involuntariamente, a obra deixa de ser original. Perde a pontaria do seu sentido e embacia-se um pouco.
   E, indo mais longe, todo o nosso pensamento está condicionado por acontecimentos anteriores, pelo que o conceito de original se torna mais vazio e mais relativo, ao mesmo tempo. Será que poderemos chamar o auto-retrato de Frida Kahlo, por exemplo, uma obra original? É autêntica dela, com certeza, mas, na cabeça dela, as formas de certeza que teriam uma forma ligeiramente (ou talvez muito) diferente. E a sua ideia de pintar aquele auto-retrato não apareceu do nada. Algo que antecedeu aquela ideia levou a pintora a descrever-se. Houve causas que, misturadas, formaram a ideia do quadro. E antes desses acontecimentos, outros ainda. E por aí em diante, estabelecendo uma cadeia causal. Desta maneira, nada é absolutamente original.
   Podemos falar em originalidade relativa. Algo inovador, como, por exemplo, uma música, pode levar à criação de uma nova vertente musical.  É relativamente original, mas não absolutamente. Conclui-se então que a originalidade é um conceito que transcende as ideias superficiais dos nossos preconceitos, existindo uma complexa rede de debate entre o que é algo original ou não. É mais plausível discutir que nada é realmente original, à excepção da possível causa que desencadeou a cadeia causal, mas há uma originalidade relativa inerente às acções.

Desenvolvi este texto para ajudar uma amiga num trabalho. Até gostei e resolvi publicá-lo aqui no blog. Apenas uma deliberação do que é ser original.

4.2.09

Audição De Guitarra

Ontem participei numa audição, onde toquei o Estudo nº 1 de Emilio Pujol. Correu relativamente bem. Deixo-vos uma ilustração de um momento... vá, feliz.



Ghosts I-IV

Fruto de improvisações, da espontaneadade da música, o penúltimo álbum do Nine Inch Nails é a minha mais recente aquisição. Ghosts I-IV, dividido em quatro partes, (Ghosts I, II, III e IV), foi lançado na Internet em Abril de 2008 (procedido por The Slip dois meses depois), estando disponível, gratuitamente, a primeira parte, Ghosts I, composto por nove músicas. Por apenas 5$ obtém-se o total de 36 músicas.

Através da imagem podem chegar ao site e fazer o download.


Megalomaniac

Dos senhores KMFDM. Têm uma ligação com a banda Marilyn Manson, o multi-instrumental Tim Skold. Deixo-vos com uma amostra perigosa de Techno-Industrial.


1.2.09

Love

Só para te relembrar. Amo-te.



Ciumenta! Também te amo.

Muros

Como mencionei no post anterior, escrevi um texto juntamente com o Refúgio. Aqui está ele.


   Isolado. Por escolha ou por discriminação, é dúbio. Um grito e outro deixavam sair aquilo que na prisão não deixavam fazer. Dançar com pincéis e canetas, cantar com guitarras e pianos, deixar aquelas emoções mesquinhas que doíam como agulhas, espetadas simultaneamente em vários pontos do seu corpo, arrepiando.
   Aqueles arrepios quentes, quase sensuais, mas que nos espetam o dedo médio na cara. Aquela sensação de que um verme se passeia pelo nosso peito, mordendo aqui e ali, só para se divertir com o nosso sofrimento. E pensar que não o matamos por medo. Medo de quê? De perder o que temos, o que poderemos vir a ter, do mundo “real”? Prefiro matá-lo, acabar com os arrepios. Acordar deste sonho conduzido pelo preconceito da vida perfeita e banhar-me no mar livre da isolação e criação.
   Descer fundo, muito fundo. Pesquisar. Mergulhar cada vez mais fundo na essência do eu, para encontrar aquela existência escondida. Escondida por várias camadas de mentiras e propaganda, que tão intrínsecas estão no nosso corpo e alma que nem damos por elas. Sujos. Estamos todos sujos, nojentos. Uma lama invisível, leve, mas ao mesmo tempo tão pesada e tão grossa que nos cega.
   Desencanto. Coitado dele, do mundo, do vizinho e do colega. Perdidos. Como todos nós. Criámos uma verdade que sem a qual não conseguimos sequer compreender qualquer sentido. Lógicas contraditórias. A realidade confusa e irreal. Ambígua, destruidora, assassina daquele que a pretende ver. É como querer descobrir o que acontece quando uma bala é disparada. Encostamos o olho ao cano da pistola e disparamos, para ver o que realmente acontece. Mas isso é uma má ideia, definitivamente. Devia manter o contacto comigo mesmo e manter-me afastado do limite da minha compreensão. Assusta que até dói.
   Isolado, sem necessidade de procuras, sem necessidade de combater este mal que ou nos protege ou nos destrói. De que estou a falar, sequer? Já me perdi neste labirinto. E não trouxe pão.

Eremita: Refúgio

Aqui está a continuação, o segundo capítulo, do texto Eremita. Não será o último. Escrevi ontem, juntamente com outro texto que vou publicar a seguir.



   Numa calma intensa, atravessou-o a brisa, limpando aquelas farpas emocionais que lhe estavam espetadas na pele. O seu sono era mais sossegado. Sentia-se limpo, livre daquelas inúteis e irritantes emoções. Este banho mental que tomara no oásis da Humanidade refrescava-lhe a cabeça, esclarecia-lhe o pensamento. Estava ausente do seu passado, presente e futuro. Fora do eu moderno. Fugitivo das circunstâncias que haviam tornado a sua vida num objecto comercial. Agora respirava livremente. Despachado das mucosidades que o entupiam.
   Acordou. Sentiu um frio ligeiro, daqueles que dão gozo ao acariciar a nossa pele. Os olhos abriram-se, sem sono. O Sol erguia-se por cima do horizonte, convidando-o a levantar-se e recomeçar o dia anterior. Recomeçar – não reviver –, dar um novo sentido, dentro do seu caminho em direcção ao final, apanhando pelo caminho, nas árvores que acompanhavam a estrada, o fruto da felicidade, em cada acção que enchesse o copo.
  Sem mais hesitação, entregou-se ao dia. Várias ideias puseram-se em fila. Olhou para a janela, deixou-se inundar pela paisagem vazia. A isolação saudável. Longe da violação psicológica da autoridade ou das preocupações interessadas e superficiais dos supostos irmãos. Os olhos arregalaram-se, calmos e apaixonados. E, antes de qualquer coisa, decidiu pintar. Antes de qualquer necessidade biológica. Procurou uma tela, tintas acrílicas e os pincéis que se adequavam ao que inspirara a sua mente. O transe começara. Não sairia dali até a fome ou a bexiga apertarem.
   Do pincel despertou uma linha, de cor verde clara. Cresceu até se transformar num horizonte. Depois, uma planície interminável. O céu brilhava. Um cavalo galopava com força e leveza. Era de um ruço quase branco, de crinas cinzentas como a memória do seu dono. Parecia ter um brilho inerente. Um vermelho escondido, de paixão.
   Estava simples. Terminou rapidamente. Agora podia dedicar-se ao seu próprio corpo. Sentia-se completo. Não necessitava de mais nada para além do que ali tinha. Longe dos momentos irritados, tristes, de preocupações mundanas. Soberbo e humilde. Saudades guardava apenas uma. Agora guardava-se para o amor que sentia à arte e ao seu único companheiro. Este vivia perto dele, livre, nos campos circundantes, ilustrando a liberdade esboçada pelo amigo humano. Desde cedo que esta paixão estava incrustada no coração do eremita. Foi um dos convites à sua situação. Uma das mais importantes ligações com a Natureza. A mais intensa, apaixonada, ardente. Tornava a liberdade numa emoção. Uma refeição do sentimento que construíra com o cavalo.
   Abriu a porta com ânsia de sentir o ar fresco do vale isolado, desejoso apenas de se juntar ao companheiro.