Quando te vi saltar, caiu-me a mente e disparou o coração. Aquele grito de puro horror que me queimava, que me corroía por dentro. Neste jogo de emoções sulfúricas libertei-me no escuro, batendo em todas as paredes possíveis. As lágrimas que ataviavam a tua pele de expressões escondidas cresciam-me também, quando me agachei no vazio, a olhar para ti. Só olhava para ti, deixando escorrer o sangue, deixando a dor tornar-se real, a cada segundo. Todos aqueles diálogos invisíveis, aquelas respostas guardadas, que haveriam de ficar assim…
Vi-te o cansaço todo nos olhos. Desejei tanto perceber o que estava por detrás daquilo que já está escondido. Provei-te as lágrimas e não reconheci o sabor (talvez já o conheça, mas sou muito insensível quanto a sabores). Um dia explicas-me? Não quero chegar ao sonho de novo sem perceber porque é que dessa vez conseguiste aquilo que querias. Não quero tornar a dor mais real e misteriosa.
Desculpa, não sei que mais dizer. Talvez consiga mais tarde.
a.
4 comentários:
"Foi ali, a olhar para ti, que finalmente sangrei aquelas lágrimas. Apercebi-me de tantos milagres, todos vazios e cheios de tudo."
w-o-w.
Bonito :$
Flip, tenho andado a seguir o teu blog, desde que numa busca encontrei um artigo (que queria). Parece-me que es uma pessoa nova .. mas deixa-me dar-te os parabens, escreves tudo tão transparente, com as palavras no lugar certo, umas após as outras, e agora este texto, que (quem me dera) tivesse sido alguem a escrever para mim ... Adorei, simplesmente. Fantástico ;*
Voltarei sempre, as vezes nao digo é nada ;)
Um grd grd abraço
"quando me agachei no vazio"
Muito bem dito! Aqui está quase tudo.
Um abraço
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