Desbravaste o meu coração vadio e perdido. Entraste nesta minha labareda que rasga a vida e viraste-a do avesso. Olhei para ti e vi a demência mais psicadélica a sugar-me em espiral para um respirar mais brando e profundo. Doseado em pequenas gotas, vislumbres de uma deusa agraciada por cantos celestes e sombrios foram-se contando, rogando por mais, insaciáveis.
Que tortura a história deste véu esvoaçante que espalha ao vento os capítulos enamorados do nosso amor. Tortura a alma de tanta beleza e dor e bênção e olhares desejados e tristes. Este palácio da lamentação que foi rugindo horrores à medida que se desmoronava pesado e metálico, este palácio de caramunhas e lástimas que foi quebrando o seu ser à penetração da aurora que foste tu. Tu. Tu, que fazes subir pela garganta a aura das minhas emoções e sujar os olhos das mais límpidas e cristalinas lágrimas. Foste tu, meu amor, que despertaste a minha paixão azul com os teus olhos.
E, quando as primaveris palavras surgiram das bocas timoratas, derreteste-me em mil outros corações, que arderam todos juntos e cegos e apaixonados. E ao despoletar, como a flor que brota para exornar esta existência feliz, o primeiro beijo, que rebentou com todas as fronteiras e atravessou o espaço e tempo, zarpou este milagre para porto desconhecido e desejado.
E os ventos, pujantes de todo o seu poder maligno ou sensual, e as acalmias, dotadas de longos olhares e respirares vazios, transformaram-se na vida que eu tanto amo. Amo, amo, amo…
1 comentário:
Oi Flip, escreves mesmo muito bem, e os poemas axo que os li todos desde inicio... CONTINUA a escrever, é bom, sabe bem e nós proprios temos como que uma lucidez do que sentimos ;);)
(Qt ao post que encontrei, ja é antigo, e nada de mais :)
Continua a tua escrita, decerto que irás escrever tanta coisa linda como este post, e o outro e o outro ...
Grd beijinho (voltarei)
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