as orquídeas abrem-me as pálpebras como um sufoco enorme. pareço um quadro de Dalí. o corredor árido convém-se fraco e só, e nele Erato já não se passeia. este exotismo interior – que não se deixa compreender – desenlaça-se em enigmas múltiplos e em sopros de ouvido.
mais uma vez, um insecto bebe o meu sangue enquanto choro à beira do riacho. fui eu que o chamei para lhe sussurrar ao ouvido: “faz-me um grego”. que frustração que não consigo esculpir. novamente o mistério deste bosque e dos olhos que me espreitam famintos, da escuridão.
não há cemitérios vestidos de noiva, apenas palavras que se entrelaçam como sexo puro. um transe distópico que me seduz com a sua perversão bela.
4 comentários:
Esta foi nos Prazeres? Muito boa!! Gosto da cinza lúgrube, do tempo escuro e do tempo entranhado nas figuras.
foi (:
Às vezes, mas só às vezes, não leio o que escrevo. Mentira, eu nunca leio o que escrevo, e só me lembro disso depois de carregar no botão do ok, e por causa disso, precisamente, deixo passar uma data de calinadas...
Hei-de experimentar umas no cemitério aqui da rua. Tem uns jazigos bem fotográficos, e uma campa da época pós 25 de abril, de um senhor que era um fervoroso comunista que está... hum... característica! Não posso é andar lá sempre metida, que dou aulas na escola em frente, e fico com a fama mais lixada se os putos me vêm a sair do cemitério com a baby nikon na mão... é esquisito...
http://freak-house.blogspot.com/2009/10/sol-de-outono-no-castelo.html
http://freak-house.blogspot.com/2009/10/sol-de-outono-pelas-ruas-da-cidade.html
http://freak-house.blogspot.com/2009/10/faltava-arvore.html
(eu é mais o castelo e as ruas medievais...)
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