enrolo-me numa existência que é vidro embaciado e engulo pétalas e rubis maiores do que eu. já desapareci, deixei a esperança numa cama cor de sangue, de lençóis transparentes e mortos sobre o seu corpo nu, estendidos até ao chão. foi nesse momento que o mundo caiu - partiu-se repetidamente, nos seus vários embates contra uma qualquer superfície dourada - que delicioso. as ninfas cantam a música que sátiros tocam nas cavernas do meu cérebro. já não há escuridão. já não há luz. eu tomo conta do altar desta catedral que improviso com as minhas costelas. sou o regente de algo que não me pertence. vem buscá-lo. rogo-te. imploro-te. traz-me à vida. vem buscá-lo.
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3 comentários:
gostei.
Gostei! Tom cinzento, fantasioso, com pinceladas de realidade. Intenso, como gosto.
Excelente, foto e texto!
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