26.3.08

Folha De Papel

Sabe bem escrever e libertar emoções, sentimentos, pensamentos e ideias. Sabe bem fazer arte. Transformar algo abstracto, existente apenas na forma de pensamento em algo sólido, marcado pela tinta no papel, para depois ser novamente transformado em ideias, pensamentos, sentimentos e emoções.
Aqui, numa simples folha de papel, tudo é possível. No “mundo real”, como lhe chamam, não podemos dizer, fazer, observar, querer, comentar, descrever, mostrar e poder aquilo desejamos. Na folha de papel os limites são apenas o tamanho dela.
Ainda em crianças nos pedem textos sobre o mundo. Fazem mal. Deviam pedir textos sobre o Mundo. Aquele que nos rodeia, que amamos, que desejamos… Que nos oferece a liberdade que uma folha de papel também nos dá. O Mundo não é o mundo. A diferença que há entre os dois para além do “M” maiúsculo e do “m” minúsculo é precisamente aquela que quisermos. Qualquer coisa. Existe sempre. Pode ser ou não real.
Folha de papel. Talvez a maior invenção que o Homem tenha produzido. O que tem de mal? Sim, as arvores destruídas no processo. Aquelas que são eternizadas, consolidam ideias, expressam sentimentos, gritam uma mensagem ao mundo, unem dois amores por um poema, fazem a paz por um tratado, alegram por jogos, embelezam por desenhos e pinturas…
Deixo aqui um pedaço do meu Mundo nesta folha de papel, para que todos possam ler e desperdiçar minutos da vossa vida ou aproveitar para alguma coisa. Seja como for, deixo-vos, aos ignorantes e aos sábios, aos interessados e aos desinteressados, um pouco do meu pequeno Mundo…



Filipe Dumas, 14 de Novembro de 2007

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