31.1.10

bloodstreamruns


escreveste um poema lindo nos meus olhos. afastaste-te lentamente, com uma beleza incontrolável e deprimente.
é por isso que gosto de ouvir o respirar dos pianistas. é como uma brisa gentil que me toca de forma cruel. arrepia-me de forma completa e gélida, enquanto me sento à beira deste riacho de sangue que corre, natural e organizado, caótico. a água reflecte o fogo destes fantasmas. uma solidão feita de companhias assombradas. levo as mãos à cara e choro. choro este pranto que escolhi ter. abrigo-me neste frio que cobre esta noite negra e de tons flamejantes e lunares. à minha volta, o bosque, vestido de negro, grita-me um silêncio desesperadamente calmo.
não devia ter levado as mãos à cara. agora tenho o sabor do sangue de ninguém na boca.

1 comentário:

Mar disse...

sim sem duvida que foi. És o menino (a crescer em forma de pianista) especial.